No período de férias escolares a criançada quer mais é se divertir, mas os pais precisam ficar atentos enquanto os pequenos curtem o tempo livre nas ruas. Seja andando de bicicleta, soltando pipa ou brincando de bola, as crianças expõem-se a riscos no trânsito.
De acordo com a gerente de Educação de Trânsito e Estatística do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Sheila Sibalbo Zambone Silverol, as atividades das crianças nas ruas podem surpreender o motorista que pode não conseguir frear a tempo de evitar um acidente. “Durante as brincadeiras, as crianças vão para a rua sem perceber o perigo. É importante orientá-las para os riscos de atravessar a rua sem os cuidados necessários mesmo naquelas vias com pouco fluxo de veículos. Sempre que possível, o melhor é que elas brinquem em lugares fechados”, recomenda.
Passeios de bicicleta, patins e skate também exigem cuidados. As crianças devem praticar as atividades em lugares apropriados como parques, praças e locais em que não tenha trânsito de veículos. “Elas devem também usar todos os equipamentos de segurança, como capacete e joelheiras apropriados para a idade”, destaca a gerente.
Até mesmo nos condomínios é preciso ter cautela, já que muitos acidentes são registrados na garagem e acesso ao estacionamento. “Elas podem se sentir seguras na área do prédio e não prestar a atenção devida, o que é um risco muito grande”, alerta Sheila.
Exemplo
Os pais também podem aproveitar os momentos juntos com seus filhos para ensiná-los a atravessar as ruas, andar de bicicleta. A aprendizagem pode acontecer até mesmo dentro do carro, com orientações sobre sinais de trânsito e faixa de pedestre. “O mais importante para a criança é o exemplo. Pouco adiantará se os pais falarem para a criança esperar o sinal do pedestre ficar verde e atravessar sempre na faixa, se fizerem diferente quando estiverem andando na rua”, orienta a gerente.
O adulto deve, sempre ao andar na rua com a criana, segurá-la firme pelo punho para que ela não escape da mão. Se a família já permite que o pequeno ande sozinho, é importante reforçar os cuidados para atravessar a rua com segurança, olhar para os dois lados, esperar o carro passar antes de iniciar a travessia e utilizar a faixa de pedestres quando possível.
Nos passeios de carro, é necessário utilizar o assento de segurança adequado para cada idade. “As crianças de até um ano de idade devem ser transportadas no bebê conforto; entre um e quatro anos em cadeirinhas e de quatro a sete anos e meio em assentos de elevação”, informa o subgerente de Veículos do Detran-ES, Gibran Henrique Lima Bolzan.
Já o transporte em motocicletas é ainda mais rigosoro. Por lei, menores de sete anos não podem ser levados nos veículos de duas rodas. Essa é considerada uma infração gravíssima, com penalidade de multa de R$ 191,54 e suspensão do direito de dirigir, além de recolhimento do documento de habilitação. “Ainda que a criança tenha idade superior a sete anos, os pais ou responsáveis devem garantir que ela utilize capacete e roupa que minimize o risco de lesões. Além disso, é necessário que elas tenham altura apropriada para que seus pés fiquem apoiados na pedaleira e que consigam ter firmeza nos braços e mãos”, orienta o subgerente.
Mortes
O número de crianças envolvidas em acidentes de trânsito cresceu 192% em sete anos, segundo estatísticas da Seguradora Líder-DPVAT. Os casos de invalidez permanente tiveram um salto de 323%, com base nas indenizações pagas pelo seguro obrigatório.
A Seguradora Líder avalia que os números são altos e gravíssimos e mostram que muitas vezes os pais não têm ideia dos riscos assumidos no trânsito. Os acidentes de motocicleta, por exemplo, tiveram alta de 54% entre 2008 e 2014, sendo que 51% dos pagamentos foram relativos a crianças transportadas.
by Redação , 7 de janeiro de 2016